A sindicância 233/2016, instaurada pela Polícia Federal, para apurar supostos abusos cometidos pelo delegado Paulo Cassiano Júnior, no curso da Operação Chequinho, concluiu que as acusações feitas pela ex-prefeita Rosinha Garotinho não eram verdadeiras.
Membros da Corregedoria Regional da Polícia Federal do Rio de Janeiro estiveram em Campos e realizaram várias diligências, ouviram diversas testemunhas da investigação, servidores da Polícia Federal lotados na delegacia, tiveram acesso a documentos do inquérito policial e após verificar tudo isso, chegaram a conclusão que não houve transgressão por parte do delegado, nem de nenhum policial federal de Campos em atos que pudessem comprometer o teor da investigação.
Ao concluir que na verdade nenhuma testemunha foi torturada, nem coagida, que não houve dificuldade de acesso dos advogados aos autos e que não ocorreu nenhuma aliança política, jurídica, partidária e midiática para prejudicar o grupo do Garotinho, conforme dizia a acusação, a corregedoria determinou extração de peças da denúncia assinada por Rosinha, protocolada na Corregedoria de Polícia Federal do Rio de Janeiro, para instauração de inquérito policial para apurar o crime de crime de denunciação caluniosa contra a ex-prefeita.
OS TRÂMITES DA SINDICÂNCIA
A sindicância é um trabalho de apuração administrativo disciplinar, que envolve vários delegados de Polícia, e tem início com as apurações realizadas pelo delegado Sindicante, que prepara um relatório, que é submetido a outro delegado, que elabora um parecer, que posteriormente é submetido à chefe do Núcleo de Disciplina, depois ao Corregedor da Polícia Federal e posteriormente ao Superintendente.
O delegado Paulo Cassiano Júnior foi absolvido de todas as acusações da denúncia e o processo foi arquivado.
OPERAÇÃO CHEQUINHO
Em 29 de agosto de 2016, ocorreu a primeira operação que veio revelar o “escandaloso esquema de compra de votos”, que ficou famoso como o escândalo do “Chequinho”. Nesse dia, fiscais da Justiça Eleitoral encontraram R$ 27 mil no local onde estava o vereador Ozéias (PSDB), em Travessão. Agendas com dados pessoais e contatos telefônicos, currículos e santinhos que seriam distribuídos na campanha eleitoral também foram recolhidos pela PF.
A partir daí foi iniciada a investigação que culminou no inquérito que indiciou 39 pessoas ligadas ao grupo político do ex-governador Anthony Garotinho (PR), várias destas pessoas chegaram a ser presas.
Apontado como o líder do esquema, Garotinho foi condenado por quatro crimes: Associação criminosa, coação no curso do processo, supressão de documentos e corrupção eleitoral.
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